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Letras de músicas - letra de música - letra da música - letras e cifras - letras traduzidas - letra traduzida - lyrics - paroles - lyric - canciones - OVNI CORNARUS VOC ID XX19 - KMALIãO - música e letra

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OVNI CORNARUS VOC ID XX19 letra


Na madrugada claustrofóbica sem muita ideia
Imergi em um sono profundo
No Olimpo, Orfeu toca lira sem plateia
E no corpo carnal penetra um vírus fecundo

Um ataque mitológico em disseminação
Escutando o som da lira em quarentena geral
Deuses, humanos, ciclopes perdendo a respiração
Confinados isolados no éden digital

Para o corpo humano essa doença é mortal
E a mascará abraça filhos, pais, netos e avós
Preservando a mãe distante do afago social
Em todos cantos do mundo há povos tristes e sós

Postos, plantões e hospitais lotados sem precedentes
Avenidas e ruas completamente desertas
Asclépio não tem vacina estão morrendo serpentes
Cadáveres amontoados com um aviso de alerta

A pandemia revela minha insignificância
A solidão mostra com muito mais clareza
O vazio da minha ambição e arrogância
Que tirou de mim a empatia e gentileza

Aproveito a fantasia para refletir
Enquanto Caos assiste Tártaro flertar com Gaia
Sou escravo de Cronos que decidiu me engolir
Sou um tifão com remorso, monstro recebendo vaia

Sozinho comigo eu não passo ileso
E finalmente tenho tempo para mergulhar
Na falsa mansidão que eu escolhi ficar preso
E percebo que esconder erros também faz sangrar

De que vale eu engolir o mundo
Se por dentro sinto um vazio sem fim
Perfis sociais em busca de vida eu circundo
Porque não consigo achar vida dentro de mim

E Odin e Zeus começam a ser temas de conselhos
Dizendo que o vírus é um mal necessário
E o doente morrendo respira por aparelhos
E Jesus chega depois é o próximo adversário

E a vaidade que protege o trono perde o juízo
Faz procurar a alma gêmea no reflexo da água
Tagarelando vozes morre afogado Narciso
E a pedra Eco ressoa a flor infértil da magoa

E o meu egoísmo é uma aquisição de bens
Preenchendo o vazio da libido que atormenta
As lacunas das pulsões sexuais com itens
De satisfação individual e avarenta

Eu via a depressão do antissocial com desprezo
Agora entendo por que sair é um trauma
Para enfrentar insanos como eu com esse vezo
Que seguem e postam imagens da carcaça da alma

Percebo que entendo pouco as injustiças sociais
Funcionário, empresário, pastor, artista e motoboy
E o jornalista relata que corpos mortos são iguais
E o enfermeiro vivo não é pago para ser herói

E a minha indiferença começa a enfraquecer
A luz da vida ilumina meu senso de loucura
Minha sábia superioridade volta a aprender
E a sequela da quebrada com humildade se cura

E agora eu acordei na realidade ou no sonho?
Tem compaixão na minha mente deixando-a confusa
Eu era frio feito pedra sem brilho um ser medonho
Eu encarava sem medo olho no olho a Medusa

A epidemia do meu sonho por fim terminou
E agora corro atrás dos meus familiares
Por tantas brigas na reclusão a gente se separou
Quem sabe exista uma conciliação em novos ares

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